A Rússia multa o Facebook e o Twitter por conteúdo proibido

Uma ilustração tirada com uma lupa em 28 de março de 2018 em Moscou mostra o ícone do aplicativo de rede social Facebook na tela de um smartphone. O Facebook disse em 28 de março de 2018 que revisaria suas ferramentas de configurações de privacidade para colocar os usuários “mais no controle” de suas informações no site de mídia social. As atualizações incluem a melhoria da facilidade de acesso às configurações de usuário do Facebook, um menu de atalhos de privacidade e ferramentas para pesquisar, baixar e excluir dados pessoais armazenados pelo Facebook.

A Rússia multou o Facebook e o Twitter na terça-feira por não deletar conteúdo banido, somando-se a uma série de penalidades que o governo impôs aos gigantes estrangeiros da tecnologia.

A Rússia recentemente apertou os controles sobre as empresas de tecnologia dos Estados Unidos e na semana passada as acusou de interferir nas eleições parlamentares neste fim de semana.

Um tribunal em Moscou aplicou cinco multas ao Facebook na terça-feira, totalizando 21 milhões de rublos (US $ 288 mil), de acordo com um canal oficial do Telegram. O mesmo tribunal multou o Twitter em cinco milhões de rublos.

A Rússia regularmente toma medidas legais contra as plataformas da Internet por não removerem conteúdo rotulado como ilegal, como material pornográfico ou postagens que apóiam drogas e suicídio.

O Facebook já foi multado em 90 milhões de rublos na Rússia e o Twitter em 45 milhões, informou a agência de notícias estatal TASS.

As autoridades judiciais também multaram o Google alegando os mesmos crimes e também por não armazenar os dados de usuários russos em serviços domésticos.

Como parte de grandes esforços para colocar tecnologia estrangeira sob seu controle, a Rússia também proibiu seis grandes provedores de VPN neste mês, incluindo Nord VPN e Express VPN.

Em janeiro, a Rússia exigiu que as redes sociais retirassem postagens convocando os russos a se unirem aos protestos em apoio ao crítico do Kremlin, Alexei Navalny, sob o pretexto de impedir que menores comparecessem.

O presidente Vladimir Putin reclamou naquele mês da crescente influência de grandes empresas de tecnologia, que, segundo ele, estavam competindo com Estados soberanos.

‘Interferência’ eleitoral

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse na semana passada que convocou o embaixador dos EUA em Moscou para apresentar provas da “interferência” dos gigantes da tecnologia americana nas próximas pesquisas.

Quase todos os críticos do Kremlin – incluindo aliados de Navalny – foram impedidos de concorrer às eleições parlamentares de 17 a 19 de setembro.

O regulador de mídia russo, Roskomnadzor, bloqueou dezenas de sites com links para Navalny, incluindo um site que instrui os russos sobre como eliminar os políticos do governante partido Rússia Unida.

O regulador também pediu ao Google e à Apple que removessem de suas lojas um aplicativo dedicado à campanha “Smart Voting” de Navalny.

Navalny, 45, que está atrás das grades por antigas acusações de fraude, viu este ano sua rede política e grupo anticorrupção banidos. Seus principais assessores fugiram do país.

Uma fonte diplomática russa disse que o aplicativo de Navalny estava “obviamente” vinculado aos serviços secretos dos EUA por meio de seu desenvolvedor Roman Rubanov, o ex-chefe da Fundação Anticorrupção de Navalny (FBK).

A fonte disse que Rubanov agora é empregado da empresa de infraestrutura espacial com sede na Califórnia, Momentus Inc, que tem ex-funcionários do Pentágono entre seus líderes.

A tática de “votação inteligente” levou o cada vez mais impopular partido Rússia Unida a perder vários assentos nas eleições locais de 2019.

No entanto, há poucas dúvidas de que o partido de Putin manterá sua maioria no parlamento.


Publicado em 16/09/2021 16h13

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