‘Hezbollah tem centenas de drones em seu arsenal’, dizem autoridades de defesa

Líder do Hezbollah Hassan Nasrallah | Arquivos: AP/Hussein Malla

O incidente do drone de sexta-feira, no qual um drone do Hezbollah penetrou no espaço aéreo israelense e conseguiu retornar ao Líbano ileso, é preocupante do ponto de vista de Israel.

O incidente do drone de sexta-feira, no qual um drone do Hezbollah penetrou no espaço aéreo israelense e conseguiu retornar ao Líbano ileso, é preocupante do ponto de vista de Israel.

O incidente embaraçoso ocorreu apenas um dia depois que as IDF derrubaram duas aeronaves não tripuladas pertencentes ao Hezbollah no norte e ao Hamas no sul. Esses drones foram interceptados por medidas “suas” ou por meios eletrônicos, que aparentemente não conseguiram derrubar o drone de sexta-feira.

A avaliação entre as autoridades de defesa israelenses é que o Hezbollah tem muitas dezenas de drones em seu arsenal, se não mais, de tamanhos e capacidades variados, projetados para coletar inteligência ou simplesmente provocar uma reação israelense. Deve-se notar também que esses drones podem ser armados com explosivos e usados como armas de precisão.

Eles também são fáceis de operar, baratos de adquirir e difíceis de detectar por radar.

De fato, o drone “Hassan” do Hezbollah disse que foi implantado no espaço aéreo israelense na sexta-feira, levando Israel a embaralhar caças e ativar sirenes de ataque aéreo no norte do país, mas não foi abatido. Ele teria atingido 70 quilômetros (43 milhas) dentro do território israelense, e não ficou claro se ele gravou alguma imagem enquanto estava no espaço aéreo israelense.

“A resistência islâmica lançou o drone Hassan no território palestino ocupado e pesquisou a área por 40 minutos”, disse o Hezbollah em comunicado.

Os meios de comunicação libaneses informaram mais tarde que aviões de guerra israelenses sobrevoaram Beirute a baixa altitude após o incidente. A fraca resposta israelense indica o equilíbrio de dissuasão entre Israel e o Hezbollah neste momento. É razoável supor que se um drone tivesse se infiltrado em Israel a partir de Gaza ou mesmo da Síria, a decisão teria sido tomada para atacar alvos militares em resposta.

A principal preocupação em Israel é que o incidente de sexta-feira indica o surgimento de mais uma variável na equação de dissuasão Israel-Hezbollah, na qual Israel responde com uma demonstração de força, como o zumbido de Beirute, mas com pouca substância dissuasiva.

À luz de todos esses fatores, Israel nos últimos meses acelerou seus preparativos para enfrentar a ameaça dos drones. Até o momento, a resposta israelense a essa ameaça compreende três elementos principais, que também foram usados na sexta-feira: interceptação via aeronaves da IAF, interceptação via sistema de defesa antimísseis Iron Dome ou interceptação via guerra eletrônica. O fato de todos esses elementos não terem conseguido derrubar o afogamento é extremamente preocupante, principalmente por causa da ameaça de drones iranianos estacionados no Iraque e no Iêmen, capazes de voar centenas e até milhares de quilômetros.


Publicado em 21/02/2022 08h59

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