Ucrânia declara estado de emergência e cidadãos devem portar armas de fogo

Um soldado ucraniano ouve tiros de artilharia de uma trincheira perto de território rebelde, 19 de fevereiro de 2022. (AP/Evgeniy Maloletka)

O movimento permite a mobilização de reservistas e outras medidas de segurança.

O parlamento da Ucrânia aprovou um estado de emergência de 30 dias em áreas do país que controla. O estado de emergência começa na quinta-feira.

O governo também instou seus cidadãos a deixar a Rússia.

Um estado de emergência abre caminho para a convocação de reservistas militares e também permite que os cidadãos carreguem armas de fogo. Também daria às autoridades liberdade para impor toques de recolher, restringir o transporte, proteger melhor a infraestrutura crítica e proibir greves trabalhistas.

O Parlamento pode prorrogar o estado de emergência, se necessário.

“Estas são medidas preventivas para manter a calma no país, para que nossa economia e nosso país possam funcionar”, disse Oleksiy Danilov, secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia, a repórteres em Kiev.

“Dependendo das ameaças que possam surgir em determinados territórios, haverá um estado de emergência mais fortalecido ou mais enfraquecido. Estamos falando de áreas fronteiriças onde temos fronteira com a Federação Russa, com a Bielorrússia”, disse.

Mas Danilov enfatizou que a Ucrânia ainda não ordenou uma mobilização geral dos reservistas.

Fontes do governo ucraniano disseram à Axios que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, não queria introduzir medidas de emergência mais cedo por medo de causar um “pânico” desestabilizador. A Axios também informou que Zelensky não pretende se mudar de Kiev.

“O presidente não vai fugir de seu próprio capital”, disse a fonte à Axios.

O estado de emergência não seria aplicado às regiões separatistas de Donetsk e Luhansk. O presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu a independência das duas áreas do leste da Ucrânia e ordenou que os militares russos entrassem nas regiões como “mantenedores da paz”.

A Rússia tem cerca de 150.000 forças concentradas ao longo de sua fronteira com a Ucrânia.

Israel, depois de manter um perfil discreto durante a crise, disse que apoia a integridade territorial e a soberania da Ucrânia.

Uma declaração na quarta-feira do Ministério das Relações Exteriores de Israel expressou preocupação com a “grave escalada” no leste da Ucrânia, onde Moscou está reconhecendo formalmente a independência de duas regiões separatistas pró-Rússia.

A declaração não fez menção à Rússia, que os Estados Unidos e sua OTAN temem estar prestes a lançar um ataque total à Ucrânia.

O comunicado disse que Israel “espera por uma solução diplomática que leve à calma e está disposto a ajudar se solicitado”.

O Ministério das Relações Exteriores expressou preocupação com o bem-estar de seus cidadãos na Ucrânia e da comunidade judaica do país.

Israel é o lar de uma grande população de imigrantes da antiga União Soviética, incluindo a Ucrânia.

A Associated Press contribuiu para este relatório.


Publicado em 26/02/2022 20h37

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