Autoridades americanas viajam para a Venezuela para restabelecer o comércio e isolar ainda mais a Rússia

YURI CORTEZ/AFP via Getty Images

Altos funcionários americanos viajaram para a Venezuela para tentar criar uma barreira entre a Venezuela e sua aliada de longa data, a Rússia.

O New York Times informou que esta viagem é a visita de mais alto nível à Venezuela por autoridades americanas desde 2019.

Em 2019, os Estados Unidos romperam relações diplomáticas com o governo socialista de Nicolás Maduro devido a alegações de fraude eleitoral. O governo Trump fechou a embaixada americana na Venezuela e emitiu sanções às exportações de petróleo venezuelano e a altos membros do governo do país.

O governo Trump também passou a reconhecer oficialmente o líder da oposição de Maduro – Juan Guaidó – como o presidente legítimo da Venezuela. Em um desrespeito direto ao regime de Maduro, Trump recebeu Guaidó no Discurso do Estado da União de 2020.

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ASSISTA: Trump elogia o venezuelano Juan Guaidó no Estado da União | Estado da União 2020

Em resposta às sanções americanas, a Venezuela buscou alívio econômico e assistência diplomática de seus homólogos na Rússia, Irã e China.

As empresas de energia russas têm desempenhado um papel crucial ao permitir que a Venezuela continue exportando petróleo para todo o mundo.

Com a agressão contínua da Rússia na Ucrânia, o governo Biden está prestando mais atenção aos aliados do presidente russo Vladimir Putin na América do Sul e na América Latina. O governo Biden está preocupado que Putin possa alavancar esses relacionamentos de maneiras que representem uma ameaça à segurança dos EUA.

À medida que as sanções dos aliados ocidentais enfraquecem a economia russa, a liderança americana está aproveitando as oportunidades para criar uma barreira entre a Rússia e seus aliados que dependem dela para obter apoio econômico.

O New York Times alegou que há apoio bipartidário para restabelecer as relações diplomáticas com a Venezuela em um esforço para minar a Rússia.

Scott Taylor, um ex-congressista republicano da Virgínia, trabalha ao lado de lobistas pró-venezuelanos e disse: “Devemos aproveitar esta oportunidade para alcançar uma vitória diplomática e uma cunha entre a Rússia e a Venezuela”.

Trish Reagan, ex-apresentadora da Fox Business, disse: “A Venezuela tem a maior fonte de reservas de petróleo até agora, estamos entregando isso aos chineses e russos”.

No mês passado, antes da invasão russa da Ucrânia, Nicolás Maduro conversou com Putin por telefone e recebeu o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Yuri Borisov.

Maduro parece estar aberto a discutir o restabelecimento das relações comerciais com os Estados Unidos.

Em um discurso público que fez na semana passada, Maduro disse: “Aqui está o petróleo da Venezuela, que está disponível para quem quiser produzi-lo e comprá-lo, seja um investidor da Ásia, Europa ou Estados Unidos”.

Na semana passada, diplomatas venezuelanos nas Nações Unidas não votaram para condenar a agressão russa na Ucrânia.


Publicado em 07/03/2022 12h45

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