Governo Biden acusa Rússia de antissemitismo e exploração do sofrimento judaico

Um dossiê do Departamento de Estado dos EUA sobre desinformação russa apresentará esta foto do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, no Muro das Lamentações em Jerusalém em 23 de janeiro de 2020. (Escritório do Presidente da Ucrânia)

Em linguagem contundente, o governo Biden acusou o governo russo de antissemitismo e de explorar o sofrimento judaico por meio de suas alegações de que sua guerra contra a Ucrânia é uma operação de “desnazificação”.

“Para servir a seus fins predatórios, o Kremlin está explorando o sofrimento e o sacrifício de todos aqueles que viveram a Segunda Guerra Mundial e sobreviveram ao Holocausto”, diz o Departamento de Estado em um dossiê programado para ser publicado em seu site na segunda-feira de manhã. “No processo, o Kremlin está prejudicando os esforços globais criticamente importantes para combater o antissemitismo e, em vez disso, está propagando uma das formas mais insidiosas do antissemitismo, a distorção do Holocausto”.

O dossiê, obtido antecipadamente pela Agência Telegráfica Judaica, aparecerá em uma página dedicada, “Desarmar a desinformação”, dedicada a expor a desinformação russa em sua guerra contra a Ucrânia.

Está programado para uma sessão informal na tarde de segunda-feira do Conselho de Segurança das Nações Unidas que a Rússia convocou para reforçar sua alegação de desnazificação. Tass, a agência de notícias russa, citou na sexta-feira Dmitry Polyansky, o vice-enviado russo às Nações Unidas, dizendo que a sessão “será nossa resposta aos colegas ocidentais, que expressam dúvidas sobre um dos principais objetivos de nossa operação militar especial em Ucrânia, ou seja, a desnazificação, e afirmam que estamos exagerando o problema”.

O dossiê do Departamento de Estado cita historiadores e instituições de memória do Holocausto, incluindo Yad Vashem, o memorial do Holocausto de Israel e o Museu Memorial do Holocausto dos EUA, que denunciam as alegações de desnazificação como falsas.

O documento de três páginas enfatiza que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, é judeu e família perdida para o Holocausto. Inclui uma foto de Zelensky em uma kipá, cercada por judeus ortodoxos, no Muro das Lamentações em Jerusalém durante uma visita em 2020.

“O Kremlin afirma falsamente que os piores nazistas eram na verdade judeus e procura minimizar o papel do antissemitismo na ideologia nazista”, diz o dossiê.

O documento refere-se à afirmação amplamente desacreditada do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, de maio, de que os judeus afirmam que “os maiores antissemitas são os próprios judeus”. Ele cita autoridades israelenses que condenam a declaração de Lavrov.

O documento conclui dizendo que a Rússia está prejudicando a luta contra o antissemitismo. “Com o antissemitismo em ascensão em todo o mundo, é imperativo que todos denunciem esse tipo particularmente pernicioso de desinformação russa”, diz.


Publicado em 12/07/2022 08h44

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