Europa financia grupos islâmicos que perderam financiamento árabe

Quem financia o terror em Gaza é a União Européia

A União Europeia e várias outras instituições governamentais do continente estão promovendo o islamismo financiando instituições de caridade com raízes na Irmandade Muçulmana. Ao fazer isso, as autoridades estão apoiando um movimento que líderes proeminentes do Oriente Médio abandonaram. Eles também estão apoiando um movimento que representa sérias ameaças à sociedade civil na Europa, incluindo “o impedimento da integração de minorias, incitando conflitos entre grupos étnicos, fomentando o ódio e incubando o terrorismo”, declara um relatório divulgado em julho pela Suíça- com base no Relatório de Operações de Influência Global (GIOR).

O GIOR investiga tentativas “não transparentes” de influenciar a opinião pública nas democracias por atores estatais como a Turquia, ou organizações transnacionais como a Irmandade Muçulmana. O recente relatório do GIOR, que se concentra em organizações fundadas ou lideradas por ativistas da Irmandade Muçulmana, apelidada de “Irmandade Muçulmana Global (GMB)”, afirma que entidades governamentais doaram aproximadamente – 80 milhões a essas organizações desde 2004.

A ironia é que esse dinheiro vai para um movimento que governos do Oriente Médio, como Egito, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, estão trabalhando para derrotar. “Nos anos que se seguiram aos ataques terroristas de setembro de 2001, uma atenção crescente foi dada às redes do GMB”, afirma o GIOR em seu relatório. “Acreditava-se geralmente que o financiamento para essas redes vinha de Fontes do Golfo – Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos em particular é uma questão de como essas redes estão sendo financiadas atualmente.”

A resposta, em parte, é que eles estão sendo financiados por governos europeus, sendo a UE o pior infrator, tendo doado – 50 milhões para organizações GMB na França, Alemanha, Irlanda, Itália e Reino Unido entre 2004 e 2020.

A Islamic Relief Worldwide, condenada pelos EUA por “antissemitismo horripilante e glorificação da violência”, recebeu quase 33,4 milhões de euros da UE.

A Islamic Relief Worldwide, que foi condenada pelo Departamento de Estado dos EUA em 2017 por “antissemitismo horripilante e glorificação da violência” por parte de seus líderes, é o maior destinatário da generosidade da UE, tendo recebido quase 33,4 milhões de euros da organização entre 2007 e 2020, apesar de suas conhecidas conexões com a MB.

Em 2004, Hani El-Banna, um dos fundadores do IRW, descreveu Hassan Al-Banna, o fundador da Irmandade Muçulmana como “um fenômeno, assim como Nelson Mandela e Muhammad Ali”. O diretor do IRW, Heshmat Khalifa, que também atuou no conselho de administração da organização, foi forçado a renunciar em julho de 2020, depois que o The Times of London revelou que, em 2014, ele “rotulou os judeus como ‘netos de macacos e porcos’ e ligou para o presidente do Egito um “cafetão sionista” no Facebook.

No mês seguinte, todo o conselho do IRW renunciou depois que foi descoberto que Almoutaz Tayara, o homem que eles escolheram para substituir Khalifa, de acordo com o Times de Londres, havia descrito os líderes do Hamas como “‘grandes homens’ que responderam à ‘divina e santo chamado da Irmandade Muçulmana.'”

A UE, que não respondeu a um pedido de comentário, também doou 15 milhões de euros para a Rede Europeia Contra o Racismo (ENAR) entre 2007 e 2012, embora seu diretor, Michael Privot, tenha reconhecido em 2008 ter sido membro uma vez da Irmandade Muçulmana e “atuou em cargos de liderança em várias organizações ligadas ao GMB”, afirma o GIOR.

Uma das organizações lideradas por Privot foi o Fórum da Juventude Muçulmana Europeia e Organizações de Estudantes (FEMYSO), que recebeu quase – 290.000 da UE. Um dos líderes anteriores da FEMYSO é Ibrahim Zayat, um proeminente ativista muçulmano na Alemanha que tem laços estreitos com os líderes da Irmandade Muçulmana no Egito.

Em seu livro de 2010, The New Muslim Brotherhood in the West, Lorenzo Vidino relatou que em 2005 Zayat processou um membro do Parlamento alemão que o chamou de “‘um funcionário da Irmandade Muçulmana’, mas o tribunal rejeitou sua reivindicação”.

Benjamin Weinthal, analista do Oriente Médio baseado em Jerusalém, disse que, com esse financiamento, a UE ajudou a legitimar a ideologia islâmica.

“Os fundos públicos injetados em entidades ou organizações da Irmandade Muçulmana que demonstram grande simpatia e tolerância pela MB criam, sem dúvida, uma aura de respeito”, disse. “Isso é altamente perigoso.”

Philippe Karsenty, ex-funcionário eleito e intelectual de destaque na França, diz que os europeus precisam prestar mais atenção às ações dos funcionários públicos no continente.

Este financiamento está desencorajando os muçulmanos moderados de expressarem seus pontos de vista, aumentando a visibilidade dos muçulmanos que defendem os pontos de vista da Irmandade Muçulmana.

“Esse financiamento está desencorajando os muçulmanos moderados de expressar suas opiniões, aumentando a visibilidade dos muçulmanos que defendem as opiniões da Irmandade Muçulmana”, disse ele.

O relatório do GIOR conta uma história familiar de funcionários de democracias ocidentais que financiam instituições de caridade islâmicas que promovem agendas antidemocráticas. O Fórum do Oriente Médio documentou vários casos em que organizações islâmicas nos Estados Unidos, muitas delas ligadas à Irmandade Muçulmana ou ao Jamaat-e-Islami, conseguiram obter fundos públicos de agências estaduais e federais. O relatório GIOR percorreu um longo caminho para desvendar essa história à medida que se desenrola na Europa, pelo menos em referência à Irmandade Muçulmana, mas é necessário mais trabalho, principalmente em relação às operações de influência islâmica conduzidas por organizações do Sul Ásia, mais notavelmente Jamaat-e-Islami.


Publicado em 07/08/2022 17h46

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