No Islã: Morte para apóstatas, prisão para blasfemos

No século 21, ninguém deve ser preso por criticar ou deixar a religião, muito menos ser executado.

Um tribunal líbio condenou um jovem à morte por “apostasia do Islã”. De acordo com o canal líbio al-Jumhiriyah, o veredicto foi emitido contra um jovem chamado Diya’ al-Din Bil’awa, que se formou na Faculdade de Tecnologia da Informação em 2018.

Diya’ também foi descrito como um hafiz – alguém que havia memorizado todo o Alcorão – sugerindo que ele já foi membro da classe clerical islâmica, tornando sua apostasia ainda mais escandalosa.

Não está claro como a apostasia do acusado se manifestou – se ele se converteu ao cristianismo, como é frequentemente o caso dos apóstatas muçulmanos, ou se ele se tornou um ateu/agnóstico declarado.

De acordo com al-Jumhiriyah, em algum momento de 2019, o acusado foi “oferecido” para retratar sua apostasia e se juntar ao rebanho do Islã, mas ele se recusou a fazê-lo.

O que está claro é que a lei de apostasia que está sendo citada foi estabelecida no código penal da Líbia após a derrubada de Muamar Gaddafi pela “Primavera Árabe”, quando “Nós [os EUA] viemos, vimos, ele morreu”, para citar um então cacarejante Secretário de Estado, Hillary Clinton.

Imagem da sentença de morte por apostasia contra Diya’ al-Din Bil’awa emitida pela Líbia datada de 04/09/2022

Este desenvolvimento é outro lembrete de que, como acontece com todas as outras nações do Oriente Médio que experimentaram o que a mídia ocidental retratou por muito tempo como uma “Primavera Árabe” – uma suposta derrubada da tirania e do autoritarismo, substituída por liberalismo e progressismo – também a Líbia, lar de onde 21 cristãos coptas tiveram suas cabeças decepadas por sua fé em 2015, pioraram.

No vizinho Egito, por exemplo, também foi noticiado outro dia que um tribunal de apelações do Cairo confirmou uma sentença de cinco anos de prisão (com trabalhos forçados) para outro jovem, o copta, Marco Guirguis Shehata, acusado de “zombar de Islamismo.” A acusação é baseada em “provas” encontradas em seu smartphone, que Marco disse ter sido roubado na época. Seu pai, um modesto ferreiro de Kena, ao norte de Luxor, e toda a sua família ficaram arrasados com a sentença inesperadamente dura.

Esses dois casos – um homem condenado à morte por “apostasia” na Líbia e outro condenado a cinco anos de prisão com trabalhos forçados por “zombar do Islã” no Egito – ocorrem apenas uma semana após o trágico caso de “Baby Shenouda”: As autoridades egípcias arrebataram uma criança de quatro anos de seus pais adotivos cristãos e o enviaram para um orfanato, onde ele foi “devolvido” à força ao Islã. A razão para uma reação tão desumana é que o Egito é governado pela sharia, que não apenas proíbe a adoção, mas ensina que todo ser humano é uma espécie de muçulmano prototípico ao nascer; eles só “perdem” seu Islã quando ensinados coisas ou religiões falsas – daí a necessidade urgente de remover essa criança de pais amorosos, mas cristãos.

Certamente é hora de o mundo civilizado reconhecer a sharia pelo que ela é – a antítese dos direitos humanos?


Publicado em 17/09/2022 15h29

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