Junta ataca frequentadores de show durante comemoração de aniversário no estado de Kachin
Oitenta pessoas morreram e outras 200 ficaram feridas quando o Tatmadaw (exército birmanês) atacou um festival de música no estado de maioria cristã de Kachin, em Mianmar, na noite de domingo.
Três caças do Tatmadaw (exército birmanês) lançaram quatro bombas em um concerto de aniversário no município remoto de Hpakant. O evento foi realizado pela Kachin Independence Organization (KIO), um proeminente grupo de resistência étnica.
Um vídeo do Kachin News Group mostrou as consequências do ataque mortal:
Músicos populares, artistas e anciãos estavam entre os mortos, incluindo Galau Yaw Lwi e Aurali. Uma fonte da Convenção Batista Kachin (KBC) disse que muitas vítimas eram cristãos e civis da KBC.
O concerto foi realizado em A Nang Pa durante uma celebração de três dias para marcar o 62º aniversário do KIO. O Tatmadaw defendeu o ataque, dizendo que estava respondendo a atos terroristas do Exército da Independência de Kachin (KIA). O KIA é o braço armado da Organização de Independência de Kachin (KIO).
O Tatmadaw imediatamente cortou as conexões de telefone e internet e restringiu o acesso ao site para grupos humanitários.
“A aparente violação das leis de guerra pelo Tatmadaw não deve ficar impune”, disse Gina Goh, gerente regional do ICC para o Sudeste Asiático.
“Dúzias de vidas inocentes desapareceram em um instante, com muitas ainda desaparecidas. O Tatmadaw também bloqueou o acesso a cuidados médicos para os feridos. Isso mostra seu absoluto desrespeito pela vida humana e pelas leis internacionais. Os governos de todo o mundo e as Nações Unidas precisam fazer mais do que apenas emitir ‘declarações de profunda preocupação’. Eles precisam impor sanções mais fortes ao regime golpista ilegítimo”.
A Kachin Alliance, com sede em DC, publicou uma declaração em 24 de outubro: “O regime golpista, seu líder Min Aung Hlaing e seus colaboradores serão responsabilizados por este crime hediondo. A paz na Birmânia não é possível sem a aniquilação deste regime golpista de uma vez por todas. Apelamos à comunidade internacional para acabar com a política de resposta silenciosa e tomar medidas sérias contra o regime terrorista que cometeu todos os crimes de guerra conhecidos contra o povo da Birmânia”.
Publicado em 08/11/2022 21h31
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