De acordo com um relatório publicado pelo Fórum Cristão Unido (UCF), os ataques violentos contra cristãos na Índia aumentaram quase quatro por cento em relação ao ano passado, apenas nos primeiros oito meses de 2023.
Estes incidentes violentos, incluindo detenções de pastores, violência física, boicotes sociais e conversões forçadas, deixaram os crentes de todo o país em pânico, perguntando-se se poderiam ser o próximo alvo.
Os relatórios da UCF ao longo dos últimos anos revelam uma tendência: ano após ano, a violência contra a minoria cristã na Índia está a aumentar a um ritmo alarmante e constante. Os aumentos desta violência direcionada foram especialmente graves em 2021, quase duplicando os relatórios do ano anterior.
Grande parte desta violência tem origem em grupos de vigilantes da fé hindu – cerca de 80 por cento da população é hindu, em comparação com 2 por cento do cristianismo – que alegadamente recebem apoio de funcionários do governo. A perseguição de cristãos e de outras minorias religiosas disparou desde que o primeiro-ministro Narendra Modi e o seu BJP (Partido Bharatiya Janata) assumiram o poder em 2014.
Os grupos radicais hindus têm instigado multidões violentas e detido cristãos sob falsos pretextos. As centenas de crentes atualmente presos por causa desta perseguição são acusados de forçar conversões, embora não haja provas de tal actividade.
O governo indiano está a tentar regular estas alegadas “conversões forçadas” através da promulgação de leis anti-conversão, que já foram implementadas em onze estados. Embora o governo insista que estas leis não representam uma ameaça para os crentes cristãos, os nacionalistas hindus radicais ainda correm soltos, fazendo mau uso destas leis para assediar, intimidar e aprisionar.
A Comissão dos Estados Unidos para a Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF) recomendou que a Índia fosse designada como um País de Particular Preocupação, dizendo que o governo “promoveu políticas nacionalistas hindus que resultaram em violações sistémicas, contínuas e flagrantes da liberdade religiosa”.
Publicado em 24/09/2023 22h31
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