Pedofilia: Delegado “passou mal” com material apreendido
Investigadores da Polícia Civil do Distrito Federal e até o delegado que lidera a Operação Infância Violada 2, de combate à pedofilia, se mostraram chocados com o conteúdo apreendido na casa de criminosos.
A ação deflagrada nesta sexta-feira (24) prendeu cinco pessoas em flagrante, acusadas de armazenar e compartilhar imagens pornográficas de crianças e adolescentes. Entre os detidos estão um servidor do Conselho Nacional de Justiça e um oficial do Exército.
“É uma coisa doentia, que não para. Passei até mal com o que acontece ali, com crianças que nem na puberdade estão. E já estão praticando sexo com adultos” disse o delegado-chefe da 3ª DP, Ricardo Viana.
As investigações mostraram que os pedófilos compartilhavam os arquivos em um formato conhecido como “peer-to-peer” (P2P), quando um computador se conecta a outro para enviar o material, de forma que cada máquina funciona como servidor e cliente ao mesmo tempo.
– Resumindo, é uma espécie de torrent que as pessoas usam para baixar filmes e músicas na internet – explicou um agente.
Isto significa que não é possível saber onde se originaram os arquivos e nem quem está disponibilizando. Antes utilizado largamente para baixar músicas, filmes e fotos, esta tecnologia agora é usada de forma criminosa.
Na maioria dos casos, os servidores, espécie de “endereço” que controla os compartilhamentos, ficam hospedados em outros países para dificultar ainda mais o rastreamento e a investigação.
MILITAR E SERVIDOR DO CNJ
As investigações apontam que o oficial do Exército preso é suspeito de armazenar e compartilhar vídeos e fotos de crianças em situação de abuso sexual. Já o servidor do CNJ teria feito downloads de conteúdos parecidos, mas não repassou o material.
Em nota, o CNJ disse que “desconhece os fatos” e que “tão logo informado pelas autoridades competentes, irá tomar as medidas funcionais cabíveis”.
Publicado em 27/07/2020 21h48
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