ONU cede à Rússia e não permite que funcionários se refiram à ‘invasão’ ou ‘guerra’ russa

Sede da ONU (Shutterstock)

Em linguagem que espelha Moscou, a ONU se refere à invasão como “operação militar especial”.

As Nações Unidas alertaram seus funcionários contra se referirem à incursão da Rússia na Ucrânia como uma “invasão” ou uma “guerra”, informou o Irish Times na terça-feira.

A organização internacional, da qual a Rússia é membro, aconselhou que os funcionários usem os termos “conflito” ou “ofensiva militar” ao se referir à invasão da Ucrânia. A linguagem das Nações Unidas espelha a do Kremlin, que se referiu à invasão como uma “operação militar especial”.

A ONU também proibiu funcionários de postar a bandeira ucraniana em seus perfis de mídia social.

A Rússia é um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e um membro fundador da ONU. Em seu e-mail para a equipe, a organização disse que seus altos funcionários acreditam que usar as palavras “invasão” ou “guerra” colocaria a organização em “risco de reputação”.

“Este é um lembrete importante de que nós, como funcionários públicos internacionais, temos a responsabilidade de ser imparciais”, dizia o e-mail. “Existe uma séria possibilidade de risco de reputação que foi sinalizada por altos funcionários recentemente.”

Um porta-voz da ONU disse ao Irish Times que não era “política oficial”, mas não “disputou a validade desse e-mail”.

Depois que a Rússia lançou a invasão em 24 de fevereiro, o Kremlin ordenou que as agências de notícias removessem as palavras “assalto”, “invasão” ou “declaração de guerra” de suas reportagens. Dias depois, o governo russo aprovou uma lei que ameaçava com até 15 anos de prisão qualquer veículo que divulgasse notícias “falsas” sobre a invasão.


Publicado em 09/03/2022 10h58

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