Em 2016, na região de Wadi al-Nasara, na província de Homs, ocorreu um incidente trágico, que pôs luz sobre a bravura e o sacrifício de um jovem no meio da turbulência da Síria devastada pela guerra.
Um estudante universitário vibrante, transbordando de otimismo e fé, Fadi serviu como líder da escola dominical e contribuiu para a equipe de mídia de sua igreja. À medida que o conflito tomava conta da região e a violência devastava as ruas, Fadi, como muitos outros, viu-se impossibilitado de frequentar a universidade devido aos crescentes perigos representados pelos militantes armados. Apesar do caos, ele permaneceu dedicado à sua fé, orientando um grupo de adolescentes na escola dominical e usando suas habilidades com a mídia para compartilhar a verdade sobre sua situação com o mundo.
Impulsionado por um sentido de dever e ainda mais compelido pela sua fé, Fadi recorreu às redes sociais para expor as atrocidades cometidas por grupos como o ISIS e a Al-Qaeda. Ele documentou destemidamente os seus atos hediondos, incluindo sequestros, execuções e o flagrante desrespeito pela vida e dignidade humanas. Fadi acreditava que a sua aldeia remota o protegeria de retaliações.
Tragicamente, durante uma viagem de rotina a uma aldeia vizinha para adquirir medicamentos tão necessários, Fadi foi vítima de um ataque sem sentido às mãos de militantes islâmicos. Depois, sua família recebeu seu corpo torturado e mutilado.
O sacrifício altruísta de Fadi ecoa os ensinamentos de Jesus Cristo, que deu a sua vida por amor à humanidade. Fadi exemplificou a profunda verdade das palavras de Cristo: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei. Pois não há amor maior do que este, de dar alguém a vida pelos seus amigos.” (João 15:12-14).
Num mundo marcado pela violência e pela injustiça, o legado de Fadi é um lembrete comovente do poder duradouro da fé, da coragem e do altruísmo face à adversidade. Que a sua memória nos inspire lutando por um mundo onde a paz e a justiça prevaleçam e os sacrifícios de indivíduos como Fadi nunca sejam esquecidos.
Os cristãos sofreram muito durante o conflito de 13 anos na Síria. Os ataques de grupos terroristas como o ISIS e os grupos Al-Qaeda tiveram especialmente um efeito devastador sobre os crentes da Síria. A maioria dos cristãos da Síria deixou o país nos últimos 13 anos devido ao conflito e à quebra da ordem no país. Nas regiões da Síria ainda sob o controle de grupos afiliados à Al-Qaeda, como o Hayat Tahrir Al-Sham (HTS) em Idlib, as comunidades cristãs parecem ter desaparecido.
Publicado em 13/04/2024 21h19
Artigo original: