Putin telefona para o líder palestino para expressar desaprovação das ações de Israel no Monte do Templo, à medida que crescem as consequências da declaração de Lapid sobre os “crimes de guerra” russos.
Logo após uma carta com palavras fortes ao primeiro-ministro Naftali Bennett exigindo que Israel transferisse a propriedade de um complexo da igreja em Jerusalém para a Rússia, o presidente Vladimir Putin ligou para o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, para criticar as recentes ações das forças de segurança israelenses no Monte do Templo.
De acordo com um relatório da agência de notícias estatal russa RIA, Putin discutiu vários assuntos com Abbas.
À medida que os preços globais dos alimentos disparam devido à inflação, com a crise da cadeia de suprimentos desencadeada pela pandemia de COVID e pela guerra na Ucrânia, Putin teria dito a Abbas que os palestinos terão acesso irrestrito ao “trigo, materiais e colheitas russos”.
A agência de notícias estatal Wafa, de propriedade da Autoridade Palestina, disse que “Putin enfatizou a posição firme da Rússia em apoio aos direitos do povo palestino e que a Rússia continuará a apoiar a causa palestina em todos os fóruns internacionais”.
Wafa informou que Putin expressou sua desaprovação às prisões em larga escala de desordeiros violentos no Monte do Templo por Israel, dizendo que não concordava com “as práticas israelenses que impedem os fiéis de acessar livremente a Mesquita de Al-Aqsa”.
Putin também teria criticado Israel por não “respeitar o status quo histórico existente na Mesquita de Al-Aqsa e em Jerusalém”.
Moscou há muito mantém laços calorosos com a AP. Dezenas de palestinos em Belém realizaram uma modesta manifestação pró-Putin na praça central de Belém no início da invasão russa da Ucrânia.
Depois que o ministro das Relações Exteriores de Israel, Yair Lapid, criticou Putin por cometer “crimes de guerra” na Ucrânia, em um grande desvio da política do governo israelense de permanecer neutro durante o conflito, a Rússia reagiu com uma declaração dura.
“As declarações do ministro das Relações Exteriores de Israel evocam arrependimento e rejeição”, disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia no sábado.
“Houve uma tentativa mal camuflada de tirar vantagem da situação na Ucrânia para distrair a atenção da comunidade internacional de um dos mais antigos conflitos não resolvidos – o conflito palestino-israelense”, afirmou o ministério.
Publicado em 20/04/2022 11h57
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