Ucrânia intercepta plano de Putin para ‘destruir’ a Moldávia, diz Zelensky

O presidente russo, Vladimir Putin, assistindo a um exercício militar, em 20 de setembro de 2019. (Alexei Nikolsky, Sputnik, Kremlin Pool Photo via AP, Arquivo)

O presidente ucraniano e a inteligência moldava dizem que a Ucrânia interceptou os planos dos serviços secretos russos para “destruir” a Moldávia.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, disse na quinta-feira que seu país interceptou planos dos serviços secretos russos para destruir a Moldávia, e a inteligência moldava confirmou a afirmação.

Falando aos líderes da União Européia em Bruxelas, Zelenskyy disse que recentemente disse à presidente da Moldávia, Maia Sandu, sobre o suposto esquema.

“Eu a informei que interceptamos o plano de destruição da Moldávia pela inteligência russa”, disse Zelenskyy por meio de um tradutor. Ele disse que os documentos mostravam “quem, quando e como” o plano “quebraria a democracia da Moldávia e estabeleceria o controle sobre a Moldávia”.

Zelenskyy disse que o plano era muito semelhante ao elaborado pela Rússia para assumir o controle da Ucrânia. Ele acrescentou que não sabia se Moscou finalmente ordenou que o plano fosse executado.

Após os comentários de Zelenskyy, o Serviço de Inteligência e Segurança da Moldávia divulgou um comunicado confirmando que recebeu “as respectivas informações de nossos parceiros ucranianos” e disse que também identificou “atividades subversivas, destinadas a minar a República da Moldávia, desestabilizar e violar a ordem pública”.

“No momento, não podemos fornecer mais detalhes, pois existe o risco de comprometer várias atividades operacionais em andamento”, dizia o comunicado, acrescentando que todas as instituições estatais da Moldávia “estão trabalhando em plena capacidade e não permitirão que esses desafios aconteçam”.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, acusou na semana passada que o Ocidente estava considerando transformar a Moldávia em “outra Ucrânia”. Ele alegou que o Ocidente apoiou a eleição de 2020 do pró-ocidental Sandu, alegando que ela está ansiosa para levar o país à OTAN, fundir a Moldávia com a Romênia e “praticamente está pronta para qualquer coisa”.

Em dezembro, a agência nacional de inteligência da Moldávia alertou que a Rússia poderia lançar uma nova ofensiva este ano com o objetivo de criar um corredor terrestre através do sul da Ucrânia até a região separatista da Transnístria, apoiada por Moscou, na Moldávia.

A Transnístria separou-se após a guerra civil de 1992, mas não é reconhecida pela maioria dos países. Estende-se por cerca de 400 quilômetros (250 milhas) da margem oriental do rio Dniester até a fronteira do país com a Ucrânia. A Rússia tem cerca de 1.500 soldados nominalmente como “soldados da paz” na região separatista.


Publicado em 12/02/2023 06h44

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